sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Espelho

Eu sou aquilo que os outros acham que eu seja.
Somos espelhos não dos outros,
mas, de nós mesmos.
Embora os olhos que nos vêem não sejam os nossos olhos.
Vendo-me no espelho, vejo o que quero ver.
Aos espelhos que me vêem sou “o exatamente”.
E sou tantos quanto tantos me vêem.
Mesmo que simplesmente eu não veja, o que para o outro eu seja.
Sou para cada afinidade, a amostra dos outros afins.
Se souberes ver-se em mim, verás sim o seu melhor e seu pior.
Tudo está em si, em mim, em nós, é só ver para crer,
o ruim e o melhor, e tudo mais enfim...
Os outros somos nós, e nós somos os outros,
quando julgamos, fazemos à nós próprios.
Por isso que é injusto, pois a dor não nos pertencerá.
E condenar-se a si mesmo ao pecado,
é pecado que a si se dá.

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